terça-feira, 11 de junho de 2013

Bibliografia complementar

Caros colegas,

abaixo, indicação de um pequeno apanhado bibliográfico que pode auxiliar aqueles que se interessaram por temas discutidos nas aulas sobre o sudoeste amazônico, em especial a família linguística Arawá, o povo Paumari e o histórico da colonização recente da região. Sugestões da professora Oiara Bonilla:

Para começar aconselho uma leitura sobre os acontecimentos recentes, o texto da Eliane Brum.

E um filme antigo, que fala exatamente dos problemas atuais, Terra de Índio

Sobre os grupos Arawá aconselho a leitura dos verbetes sobre os diferentes povos dos quais conversamos, na Enciclopédia dos Povos Indígenas do ISA. Esses verbetes são uma ótima introdução ao conhecimento etnográfico desses povos. No final de cada verbete há uma bibliografia extensa dos trabalhos sobre cada povo.

Sobre o contexto histórico e socioeconômico do Purus e Juruá aconselho a obra organizada por Manuela Carneiro da Cunha e Mauro Almeida, Enciclopédia dos Povos da Floresta, publicada pela Companhia das Letras e o livro de Kroemer (que é mais difícil de achar, está esgotado) e o livro organizado por Gilton Mendes (UFAM) em 2011, Album Purus.

Para aprofundar etnografias, existem trabalhos disponíveis na web como os artigos sobre os Paumari que podem ser baixados diretamente daqui: https://sites.google.com/site/oiarabonilla/etnografia-paumari/artigos-em-revistas, mas também uma ótima dissertação de mestrado, de Flávio Gordon sobre os Kulina e a organização social Arawá (http://funaialtopurus.files.wordpress.com/2013/04/gordon-2006-os-kulina-do-sudoeste-amazc3b4nico.pdf). A dissertação tese de Larissa Menendez, da PUC de São Paulo, trata da relação entre a arte paumari e a cosmologia. O trabalho está disponível on line :
http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=12521

BONILLA, Oiara. 2005. "Cosmologia e organização social dos Paumari do Médio Purus (Amazonas)".
Revista de Estudos e Pesquisa. Fundação Nacional do Índio, vol 2 (1):pp 7-60.

BONILLA, Oiara. 2005. "O bom patrão e o inimigo voraz: predação e comércio na cosmologia Paumari".
Mana, vol.11, n.1: pp. 41-66.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela e ALMEIDA, Mauro Barbosa de (orgs.). 2002. Enciclopédia da Floresta: o Alto Juruá: práticas e conhecimentos das populações. São Paulo: Cia. das Letras. 735 pp.

KROEMER, Günter. Cuxiuara - o Purus dos indígenas : Ensaio etno-histórico e etnográfico sobre os índios do médio Purus. São Paulo : Loyola, 1985.

MENDES, Gilton (org.). 2011. Album Purus. Manaus: EDUA.

MENENDEZ, Larissa. 2011.  A alma vestida: estudo sobre a cestaria paumari. Tese de doutoramento. PUC/São Paulo.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Indicação de sites: Povos Indígenas no Brasil e Etnolinguística

Pessoal,

indicamos dois ótimos sites que podem servir de referência àqueles que desejam desenvolver um pouco mais seu conhecimento sobre a diversidade social, cultural e linguística dos povos indígenas (no Brasil e no restante das Américas).

O primeiro é o sítio do Instituto Sócio-Ambiental. O ISA possui o portal Povos Indígenas no Brasil, que permite ao leitor fácil navegação por diferentes grupos, com sumários de sua história, sua relação com os brancos, seus princípios de organização social, sua demografia, aspectos linguísticos, localização de suas aldeias e situação de suas terras, além de dispor de muitas imagens. Para o não-especialista, que deseja conhecer aos poucos a enorme variedade de povos vivendo no território brasileiro, é o melhor endereço online.

O segundo é o etnolinguística. Como o nome indica, o endereço é voltado para o estudo das línguas indígenas (e não apenas as faladas por habitantes do Brasil, como de todo o continente). Com um desenho simples, o "etnolinguística" permite ao seu visitante um conhecimento aprofundado da produção contemporânea (mas não apenas) da linguística. Para aqueles que possuem interesse em línguas indígenas, a compilação de informações, artigos e teses que o sítio oferece deve ser de grande valor.

Uma última dica fica para aqueles que possuem contato com o público infantil, sejam parentes, amigos ou alunos. O Povos Indígenas no Brasil, mencionado acima, desenvolveu o Povos Indígenas no Brasil MIRIM! Com vários textos voltados para crianças de variadas idades e reunindo jogos, o PiB Mirim é uma ferramenta importante para auxiliar na construção de uma educação que contemple a diversidade sócio-cultural desde cedo. Sugerimos a todos uma visita ao sítio!

As Hiper-Mulheres - Itão Kuegü

Prezadas e prezados!

Temos o prazer de convidá-los a assistir o filme As Hiper Mulheres, dirigido por Carlos Fausto, Takumã Kuikuro e Leonardo Sette, realizado em parceria com o Vídeo nas Aldeias.

O filme anuncia a morte de uma anciã Kuikuro, que deseja cantar mais uma vez antes de falecer: enfatizando o lugar das músicas e das festas no cotidiano da aldeia, o filme aborda a importância da transmissão do conhecimento entre gerações, a memorização das músicas e sua complexidade, além de oferecer uma abordagem dos rituais da aldeia na perspectiva tanto dos homens como das mulheres.

Conquistou prêmios nos festivais de Gramado, Brasília e tem recebido muitos elogios da crítica: O Globo Rio ShowRevista de CinemaCineweb, dentre outros. Contudo, por ser um filme de pequeno orçamento, tem dificuldades em arcar com sua ampla distribuição e manutenção nos cinemas das grandes cidades, dependendo exclusivamente de sua bilheteria (e, por este motivo, recomendamos que quem desejar assistir vá o quanto antes, evitando que ele seja tirado de cartaz e ajudando a mantê-lo por mais tempo). Lançado na última semana, ele está disponível no Cine Estação Botafogo.

O longa-metragem ajuda a compor o bloco de sessões destinados à diversidade linguística e cultural que estamos trabalhando no Curso.

Bônus - bastidores de As Hiper-Mulheres:


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Indicações Bibliográficas

A seguir, indicações bibliográficas que complementam o que discutimos na primeira sessão:

AZEVEDO, Marta Maria. s/d. "O Censo 2010 e os Povos Indígenas". Disponível em Povos Indígenas no Brasil. Acesso em 15/05/2013.

BALÉE, William. 1993. "Biodiversidade e os Índios Amazônicos". In: M. Carneiro da Cunha & E. Viveiros de Castro (org.), Amazônia: etnologia e história indígena. São Paulo: NHII, USP & FAPESP: 385-393.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela & ALMEIDA, Mauro B. de. (orgs.) 2002. Enciclopédia da Floresta. O Alto Juruá: práticas e conhecimentos das populações. São Paulo: Companhia das Letras.

CARNEIRO DA CUNHA, M. 1992. “Política indigenista no século XIX”. In: M. Carneiro da Cunha (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: FAPESP/SMC, Companhia das Letras: 133-154.

GUIDON, Niéde. 1992. "As ocupações pré-históricas do Brasil". In: M. Carneiro da Cunha (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: FAPESP/SMC, Companhia das Letras: 37-52.

INSTITUTO SÓCIO-AMBIENTAL. 2000. "O que os brasileiros pensam dos índios?" In: Povos Indígenas no Brasil 1996-2000. São Paulo: Instituto Sócioambiental: 57-62.

LOPES DA SILVA, Aracy & GRUPIONI, Luís D. B. (orgs.). 1995. A temática indígena na escola. Novos subsídios para professores de 1o e 2o graus. MEC/MARI/UNESCO.

MELATTI, Julio Cezar. 2007. Índios do Brasil. São Paulo: EDUSP. Capítulos 1 a 3, 16 a 18. Páginas 17-55, 241-283.


PERRONE-MOISES, Beatriz. 1992. “Índios livres e índios escravos. Os princípios da legislação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVIII).” In: M. Carneiro da Cunha (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: FAPESP/SMC, Companhia das Letras: 115-132.

ROOSEVELT, Anna. 1992. "Arqueologia Amazônica". In: M. Carneiro da Cunha (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: FAPESP/SMC, Companhia das Letras: 53-86.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. "Imagens da Natureza e da Sociedade". In: A Inconstância da Alma Selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify:  317-343.

A bibliografia acima foi parte do que consultamos para montarmos nossa primeira sessão. Ela permite que o interessado se aprofunde nos temas tratados, alguns textos sendo mais especializados e outros mais acessíveis aos leigos. O livro de Melatti é um bom caminho para se começar a conhecer os índios que vivem no Brasil, pois faz um panorama geral dos mais diversos tópicos discutidos, sendo bastante introdutório. Recomendamos também seu sítio eletrônico. O artigo de Viveiros de Castro fornece um ótimo guia acadêmico sobre as pesquisas de variadas disciplinas nas Terras Baixas Sul-americanas e será melhor aproveitado por aqueles que já apresentam alguma familiaridade com o tema. Também indicamos a Enciclopédia da Floresta (Carneiro da Cunha & Almeida, 2002) como introdução geral; A Temática Indígena na Escola (Lopes da Silva & Grupioni, 1995) é outro livro que pode atender àqueles que desejarem um suporte para debates, não apenas em ambiente escolar.

Os artigos de Guidon e Roosevelt são indicados aos interessados em arqueologia e no passado pré-cabralino do continente. O artigo de Balée complementa a discussão da diversidade ambiental antropogênica. O Capítulo 3 do livro de Melatti introduz o leitor aos dados demográficos indígenas e à sua dinâmica populacional; neste tema, recomendamos sobremaneira o texto de Azevedo a respeito do último Censo (2010). Os textos de Perrone-Moisés e Carneiro da Cunha são apanhados precisos da legislação indigenista e da situação de contato com os colonizadores nos séculos XVIII e XIX, respectivamente.

Além das indicações acima, o sítio do Povos Indígenas no Brasil possui grande material para introduzir o visitante aos mais diversos povos que habitam o interior das fronteiras brasileiras. Recomendamos fortemente seu acesso. A pesquisa citada ("o que os brasileiros pensam dos índios?") pode ser encontrada eletronicamente aqui.

Sugestões de Filmes

Prezadas e prezados participantes,

abaixo, enviamos nossa sugestão de filmes, para complementar o estudo de vocês. São filmes que tratam de modo diverso de variados aspectos da vida dos índios no Brasil.

Os Kuikuro se apresentam (Coletivo Kuikuro de Cinema e Vídeo nas Aldeias): este é o curta que foi utilizado na primeira sessão de nosso curso, produzido por membros do Coletivo Kuikuro de Cinema junto ao Vídeo nas Aldeias.

Corumbiara: um filme produzido por Vincent Carelli sobre o massacre de Corumbiara. Altamente recomendado e em diálogo direto com tudo o que foi discutido em nossa primeira sessão.

Das crianças Ikpeng para o mundo: média metragem voltado para o público infantil. No canal existe uma versão dublada em português, além do original falado no léxico nativo com legendas.

Nós e a Cidade: curta metragem em que os Guarani-Mbya, no sul do país, narram seu relacionamento com os não-indígenas através da venda de artesanato e retratam um pouco dos preconceitos vivenciados na relação com os brancos.

Alguns dos filmes acima foram produzidos pelo Vídeo nas Aldeias. Sugerimos a todos que acessem a página e conheçam um pouco de filmes desenvolvidos por realizadores indígenas, com os mais diversos povos do país. Será uma oportunidade de atentar não apenas para os pontos explícitos no roteiro como também para a diversidade sócio-linguística que será tema de nossos próximos encontros.

Futuramente indicaremos outros vídeos.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Lista de Inscritos para o Curso "Introdução ao Estudo dos Povos Indígenas no Brasil"


Em virtude da grande demanda, decidimos ampliar o número de vagas ofertadas para o curso "Introdução ao Estudo dos Povos Indígenas no Brasil". Aceitamos as inscrições de todos aqueles que enviaram seus dados completos no prazo estipulado, conforme a lista abaixo. Foi necessário estipular um limite, contudo, pois existem restrições práticas com relação ao público máximo que poderia fazer o curso. Assim, aqueles que enviaram os dados solicitados fora do prazo não poderão ser aceitos, tampouco aqueles que não estão listados abaixo em virtude de alguma pendência em suas informações.

Novamente agradecemos o interesse de todos e o auxílio na divulgação.


  • Alexandra Santos Solano
  • Amanda Estela Guerra
  • Ana Guggenheim Nunes Coutinho
  • Ana Letícia Viana Bezerra de Lima
  • Ana Lucia Villela Ferreira da Silva
  • Ana Paula Silva de Araújo
  • Andiara dos Santos de Jesus
  • Andréa Delfino Ferraz
  • Anna Carolina Lopes Thurler de Queiroz
  • Anna Luiza Terra de Almeida
  • Anne Karenine Guimarães Nascimento
  • Arthur Pereira Santos
  • Brena Vitória Alves de Araujo
  • Bruno Rodolfo Martins
  • Camila da Cunha Martins Vigário
  • Carin Matos Istavridis
  • Carla Romano Amaral
  • Cristiane Gonçalves de Souza
  • Cristiane Moreira Rodrigues
  • Cynthia Querino Carriello
  • Daléa Soares ANtunes
  • Daniel Ferreira Wainer
  • Daniel Macedo Lopes Vasques Monteiro
  • Danielle Araujo Bueno dos Santos
  • Edmar Carlos Gomes da Silva Cavalcanti
  • Ethel Guedes Vieites
  • Fabiana Batista de Siqueira Xavier
  • Fabiano dos Santos Silva
  • Felicio Julio de Azevedo Hungria
  • Felipe Lameu dos Santos
  • Fernanda Cheferrino
  • Flávia de Menezes Bezerra
  • Gabriela Bezerra Rodrigues
  • Gabriela Dutra Souto Ramalho
  • Gustavo Adolfo Muñoz Gaviria
  • Hellen Cano
  • Iara Velasco e Cruz Malbouisson
  • Igor Vladimir Mendes Santos
  • Inês Guedes Nin Ferreira
  • Jaqueline Mota
  • Jocasta Cristina dos Santos de Andrade
  • Julia Vieira Almeida
  • Juliana de Souza Coutinho
  • Juliano Leandro do Espirito Santo
  • Kênia Cristina Martins Alves
  • Leandro Longo Vendramin
  • Lívia Domiciano Cunha
  • Ludmila Serrão Mitidieri Amaral
  • Maria Angelica Amancio
  • Maria de Lourdes de Lucena Sartor
  • Marlise Mirta Rosa
  • Martha Haydêe Ferreira da Silva
  • Michelle Maciel Aguieiras
  • Natália Bristot Migon
  • Nelson Lopes Santiago
  • Norma Maria Bentes de Sousa
  • Paula Sobral Vieira Vassallo
  • Paulo Leme Gonzalez Büll
  • Rafael Altoe Albani
  • Rafael Mattoso
  • Rafaela Domingues Pereira
  • Raissa Dias Theberge
  • Raquel Minervino de Carvalho Bisneta
  • Rebeca Costa Mello
  • Rejane de Sant'Anna Adriano
  • Renan da Silva Gomes
  • Renato Cardoso Alvares de Castro
  • Rhayssa Meira Belloti Matos
  • Roberta Cristina Silva da Rosa
  • Roberta de S. Campos
  • Roberta Jardim Coube
  • Rosilene Martins Ferreira Lima
  • Samara de Oliveira Espinosa
  • Vania de Siqueira
  • Vinicius Pereira dos Santos
  • Vívian Lara Cáceres Dan


sábado, 18 de maio de 2013




EM VIRTUDE DE JÁ TERMOS ULTRAPASSADO 

O NÚMERO MÁXIMO DE VAGAS, AS

INSCRIÇÕES ESTÃO ENCERRADAS 

A PARTIR DE SÁBADO dia 18/5 às 14 horas



Os candidatos que já enviaram sua inscrição completa serão contatados em breve pela coordenação do curso.

Os interessados que ainda possuem algum dado pendente têm até segunda-feira 20/5, às 12 horas, para enviá-los. 

Atenciosamente,

Os organizadores do curso.


terça-feira, 14 de maio de 2013

Bibliografia inicial


(Não é necessário ter lido  as referências  previamente para fazer o curso)

ALBERT, Bruce e RAMOS, Alcida. 2000. Pacificando o Branco. Cosmologias do contato no Norte-Amazônico. São Paulo: Editora UNESP.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela.(org.) 1992. História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.

FAUSTO, Carlos. 2000. Os Índios antes do Brasil. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro.

MELATTI, Júlio Cesar. (1970). 1993. Índios do Brasil. Brasília : EdUnB e São Paulo: Hucitec.

RICARDO, Carlos Alberto (org.). Povos Indígenas no Brasil 2006/2010. São Paulo: Instituto Socioambiental.

Sites recomendados:








sábado, 11 de maio de 2013

Curso de extensão no Museu Nacional




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Coordenadora: Profa. Bruna Franchetto (PPGAS, Museu Nacional, UFRJ)

Professores: 
 
Oiara Bonilla (doutora em Antropologia Social e Etnologia, EHESS, França; Pós-doutoranda em Antropologia Social, PPGAS, Museu Nacional, UFRJ)

Bruno Nogueira Guimarães (mestre em Antropologia Social, PPGAS, Museu Nacional, UFRJ; doutorando em Antropologia Social, PPGAS, MN, UFRJ)

Karen Shiratori (mestre em Antropologia Social, PPGAS, Museu Nacional, UFRJ; doutoranda em Antropologia Social, PPGAS, MN, UFRJ)


Datas: 22/05 a 05/07
Local: Auditório do Horto - Quinta da Boa Vista
Quartas-feiras das 14h às 17hs.  

O curso procurará traçar um quadro das referências históricas, antropológicas e jurídicas fundamentais para a compreensão dos povos indígenas no Brasil, aliando-o ao debate sobre como se dá a discussão contemporânea a respeito do passado, presente e futuro desses grupos. Para tanto, o curso será apresentará um panorama etnológico da diversidade das populações indígenas e utilizará material produzido tanto por antropólogos como pelos próprios índios. Também será buscado um diálogo com casos de recente destaque na imprensa nacional e internacional, com o objetivo de cotejar o senso comum sobre as questões que envolvem os povos indígenas com as descrições e análises desenvolvidas no campo da Antropologia, da etnologia ameríndia e da História.

OBJETIVO

Difundir conhecimentos sobre os povos indígenas por meio da capacitação de professores da rede pública e particular, além de interessados em geral, possibilitando o aprendizado de aspectos da história e da cultura indígenas, e sua relação com debates brasileiros contemporâneos, relativos à política e a economia.

ORGANIZAÇÃO DO CURSO

As sessões serão compostas de aulas expositivas acerca dos temas previstos, com grande parte dedicada ao debate entre os alunos, com participação dos professores. Outros especialistas e estudiosos da área serão convidados ao longo de curso para discutirem com a turma temas específicos, referentes a cada aula. Membros de comunidades indígenas também serão convidados a participar de variadas sessões. A leitura da bibliografia sugerida neste programa é desejada, porém não obrigatória. O material de leitura será complementado durante o curso.

PÚBLICO-ALVO

Professores (universitários e do ensino médio e básico), estudantes universitários, jornalistas, advogados, pesquisadores e público em geral, interessados no debate sobre as questões indígenas. Pretendendo-se introdutório, este curso não se destina especificamente a alunos de graduação e pós-graduação em antropologia.

PROGRAMA

BLOCO 1 - "Quebrando o preconceito": quem são os índios no Brasil

O primeiro bloco trabalhará algumas informações básicas a respeito dos povos indígenas (demografia, variedade linguística, localização geográfica), visando desconstruir o "índio genérico" presente na grande imprensa e no imaginário popular para preparar os estudantes para os blocos seguintes. Será apresentada uma breve história do contato entre a população autóctone das Américas e sua relação com os colonizadores europeus ao longo dos séculos, tratando dos temas das missões, das guerras (entre indígenas e colonizadores e indígenas entre si), dos genocídios e epidemias, da ocupação do território brasileiro e da criação dos órgãos indigenistas no Brasil República (SPI e FUNAI).


BLOCO 2 - Breve panorama da diversidade indígena hoje: línguas, regiões e cultura

Seguindo a proposta de avançar nas discussões sobre a diversidade sócio-cultural existente em solo brasileiro, e se distanciando da caracterização genérica dos povos indígenas, o segundo bloco elabora um painel etnográfico acerca de alguns grupos específicos, tratando dos principais temas presentes na bibliografia especializada, concernentes a estas populações: seu modo de vida, como elaboram seu parentesco, noção de família e organização social, suas relações econômicas e ecológicas, dentre outros. Não há a pretensão de tratar extensivamente das variadas populações ameríndias e sim de exemplificarmos as diferenças, especialmente as culturais e linguísticas, que coexistem no Brasil, permitindo que os alunos aprofundem sua reflexão a partir do conhecimento da diversidade indígena.


BLOCO 3 - Os contatos com os não-indígenas: reconhecimentos, lutas e megaempreendimentos

Passando das caracterizações das populações indígenas para o seu contato com os não-indígenas, as três sessões deste bloco irão se deter nos temas do preconceito contra os povos ameríndios e de seu tratamento marginalizado pelo poder público (histórica e hodiernamente); na legislação, tratados internacionais e luta pelas terras tradicionais; e nos megaempreendimentos, políticas públicas e atuações privadas que ameaçam o modo de vida e a soberania destes povos. Este terceiro bloco será montado tanto com o material acadêmico-científico pertinente como com excertos de publicações da imprensa brasileira e internacional.


ENCERRAMENTO - Ouvindo os índios.

A sessão final será dedicada à situação atual indígena, a partir do diálogo com membros de comunidades indígenas convidados para a aula. A produção indígena de livros e filmes, suas parcerias com órgãos do Estado, empresas e organizações não-governamentais, suas reivindicações atuais e os desafios que se colocam no horizonte dos povos indígenas que vivem no Brasil serão enfocados a fim de pensarmos as perspectivas das populações ameríndias.

Em breve disponibilizaremos uma bibliografia.